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Edgar Ramos
Meus poemas, devaneios, contos e frases...
Meu Diário
25/10/2024 23h27
Diário #2 de "Senhor Esquisito"

Diário #2 de "Senhor Esquisito"

Me sinto tonto.

Não irei mais a médico algum, fazer o que quer que seja. A não ser que eu esteja realmente ruim. Quase morrendo.

Com certeza foi a chuva. Ou a noite mal dormida. Ou o que quer que seja... O que quer que seja faz meu pescoço suar, minha cabeça flutuar e meus sentidos se retraírem para um imenso mundo próprio. De meus próprios devaneios...

Estou doente? Sou um doente. Essas situações de experiência própria, solitária, me fazem sentir descolado da realidade. Isso me gera um desespero. E, aliado a este desespero, a já citada sensação solitária, de realidade única e própria, leva-me à certa insensibilidade...

De que maneira eu poderia "melhorar"?

Tenho visto muitos exemplos nos jornais. Ora, o que sou eu senão um mero delinquentezinho egoísta? Ah, sim... Sim... Justa ou injustamente, sinto-me injustiçado; mas, um dia, talvez eu odeie o mundo com coragem suficiente para mostrar que eu, um exemplo de cidadão, sou pior do que essa ralé toda. Assaltar pessoas? Bater nelas? Intimidá-las com minha faca ou meu revólver?

Hahahahaha... Não, não, não. Isso não é para mim. Eu posso fazer coisas muito... Muito...

Ó mundo! Como eu queria ter já esta coragem suficiente! Como seriam longas minhas noites de prazer latejante: no qual eu me sentiria vivo, satisfeito e saciado de justiça...

Mas, por enquanto, resta-me apenas esta cama, este quarto e o resto da noite para dormir e eliminar esta sensação de tontura em meu cérebro.

Espero acordar menos alheio e mais meu... Talvez mais nosso, Mundo.

Deseje-me boa sorte.

#DiárioSenhorEsquisito

Publicado por Edgar Ramos
em 25/10/2024 às 23h27
 
19/10/2024 23h35
Diário #1 de "Senhor Esquisito"

Diário #1 de "Senhor Esquisito"

"Não há motivos para cogitar me matar quando lembro da felicidade que se manteria.

Eu nasci normal, como todos os outros; com isso em mente, me pergunto: por que eu tenho que ser estranho mesmo assim? Daí, na falta de respostas ou soluções, eu me mato, vou embora com minha estranheza e todas as pessoas ficam aqui, vivendo normalmente e desfrutando de uma normalidade que eu não pude ter? Quantos dias de luto haveriam fora da minha família? Por que só eles devem sofrer?

Não.

Se um dia eu me matar, será levando a normalidade de muita gente embora junto.

Talvez pensem que eu devesse culpar a Deus, mas isso não é justo. Deus me deu uma chance, ele me deu minha vida. Eu falhei, o mundo falhou, então nada mais justo que nós, e apenas nós, paguemos juntos.

Antes que me julguem mais, espero que fique claro que tenho consciência de meu egoísmo e minha infantilidade. Não faria algo assim pensando que foi um ato heroico; na verdade, é só mais uma ideia fixa — e eu não ligo se ela é errada."


#DiárioSenhorEsquisito

Publicado por Edgar Ramos
em 19/10/2024 às 23h35